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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Veja como participar da oferta do Facebook, que pode ser a maior do ano

     Justin Sullivan/Getty Images

Para comprar papéis da maior rede social da internet, que deve captar pelo menos US$ 10 bi, brasileiro tem de ter conta nos EUA


O Facebook está para fazer uma das maiores ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) da história, estimada em US$ 10 bilhões (R$ 17,5 bilhões), a maior do setor de tecnologia. Segundo o "Wall Street Journal", a empresa pode apresentar essa semana seu pedido de oferta.
Caso saia, a operação pode ser a maior do ano e a quinta maior dos Estados Unidos, atrás de Visa (US$ 17,8 bilhões), Enel (US$ 16,4 bilhões), General Motors (US$ 15,7 bilhões), Deutsche Telekom (US$ 13 bilhões) e AT&T (US$ 10,6 bilhões).
Mas participar dessa operação bilionária não é tão simples como comprar de ações de companhias brasileiras, já que a oferta será nos Estados Unidos. O investidor brasileiro que deseja participar deste IPO bilionário precisa fazer a compra das ações por meio de um intermediário financeiro norte-americano. 
“Como nenhuma corretora brasileira ou banco local pode participar de operações de lançamento de ações no exterior, será preciso entrar em contato com uma instituição localizada Estados Unidos,” diz Pedro Silveira, economista chefe da TOV Corretora. Para isso, será preciso abrir uma conta em uma corretora ou em um banco que esteja localizado no país onde acontecerá a oferta. A sugestão de Silveira para o interessado no IPO do Facebook é que busque um banco brasileiro localizado em solo norte-americano, o que pode facilitar a comunicação. “Todos os grandes bancos brasileiros já possuem unidades lá fora para atender brasileiros,” acrescenta.
A partir daí, o procedimento é o mesmo de uma compra de ações em um IPO brasileiro. “O investidor faz a reserva e aguarda a operação para saber quanto conseguiu comprar,” afirma Silveira.
Quem pretende adquirir um grande volume de ações deve lembrar que além da variação dos papéis, também terá que observar a variação do dólar. “Se for um volume pequeno, não é preciso fazer uma proteção cambial,” diz Silveira. Mas se a quantidade de ações compradas for grande, o investidor pode fazer uma operação de dólares para se proteger caso o real perca valor em relação à moeda norte-americana, uma vez que os papéis do Facebook estarão cotados em dólares.
Uma outra opção para quem quer participar do mercado de ações internacional sem abrir uma conta no exterior é comprar cotas de fundos que têm ações estrangeiras, lembra Pedro Galdi, analista chefe da SLW Corretora. No entanto, em geral, estes fundos são apenas investidores especializados, não para pessoas físicas.
Ofertas no mundo e no Brasil
A China continuou sendo, em 2011, o maior mercado de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) do mundo, apesar de o total arrecadado ter caído, na comparação com 2010, por causa da incerteza na economia global. As companhias chinesas levantaram no ano passado 286,1 bilhões de iuans (aproximadamente R$ 84 bilhões) por meio de IPOs em Xangai e Shenzhen, 41% a menos do que em 2010, de acordo com a PricewaterhouseCoopers (PwC). Mesmo com essa queda, o país ultrapassou Estados Unidos e Hong Kong.
No Brasil, esse mercado foi bem menor. No ano passado, as companhias brasileiras captaram R$ 7,5 bilhões via ofertas iniciais de ações, por meio de onze operações, segundo números da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). A maior delas foi da QGEP Participações, com R$ 1,5 bilhão. No ano anterior, foram arrecadados R$ 11,9 bilhões via IPO, também por meio de onze ofertas. Em toda a história, a maior oferta inicial do Brasil ficou com o Santander, que captou R$ 14,1 bilhões.
Para esse ano, estão em análise três ofertas iniciais de ações: Isolux Infrastructure, Brasil Travel Turismo e Participações e Seabras Serviços de Petróleo. Essa última suspendeu seus planos até concluir algumas etapas de reorganização societária, após sugestão de clientes. A Seabras, braço brasileiro da companhia de equipamentos de petróleo e gás norueguesa SeaDrill, pretende captar de R$ 960 milhões a R$ 1,25 bilhão.
Fonte: Olivia Alonso e Aline Cury Zampieri, iG São Paulo

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